Doença Celíaca e convívio social é uma tema bem delicado para se tratar, sobretudo quando se envolvem relações familiares, de amizade e de trabalho. Já li inúmeros relatos de celíacos que, muitas vezes, sentiram-se excluídos de certas comemorações sociais em função da restrição alimentar. Mas, até que ponto essa exclusão é culpa do outro (por simples falta de conscientização) ou do próprio celíaco (por se vitimizar demais e não cumprir com sua função de conscientizador)?
Teorizar sobre isso pode levar a uma série de discussões e opiniões, inclusive no âmbito das relações de amizade. Li muitos relatos de pessoas que perderam amizades após o diagnóstico por não serem mais "aceitas" pelo grupo ou simplesmente por não terem mais vontade de conviver socialmente dada a dificuldade de se alimentar fora de casa (contaminação cruzada, levar marmita, passar vontades etc).
Confesso que ainda não tenho opinião formada sobre isso, pois estou aprendendo, apesar de que eu, desde meu diagnóstico, não deixei de me relacionar com meus amigos. Sempre quando há algum encontro ou comemoração levo minha marmitinha (quando não como em casa antes) e até mesmo peço para que seja evitada uma pizzaria, por exemplo!
Aos meus amigos, sempre faço questão de explicar e conscientizar sobre a DC. Como retorno, já tive até recomendações por parte deles de lojas e produtos gluten free e até mesmo um cuidado especial na mesa do boteco para não respingar cerveja com glúten em mim nem na minha marmita! Claro que nem tudo são flores, pois tenho amigas que já me chamaram de fresca e me questionaram se eu não estava sendo radical demais. Respondi que não e encerrei o assunto. Não desfizemos a amizade por isso e elas entenderam, mesmo me achando uma fresca!!!
Enfim, acredito que cada pessoa tenha uma forma de lidar socialmente com sua restrição alimentar e que isso pode refletir, sim, em suas relações interpessoais. Sei que, infelizmente, existem pessoas que não compreendem nossa condição e têm atitudes excludentes, mas penso também que sempre deve haver espaço para o diálogo e para a conscientização. Afinal, o que todo celíaco deseja é ser compreendido e não julgado!
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